Potiguara

Por Sara Shuler

Introdução ao Povo Potiguara

Recursos

  1. Os Potiguara: Ressurgimento de Toré
  2. A Jurema no Ritual Toré dos Potiguara
  3. Vocabulário Potiguara
  4. Potiguara – ISA
  5. Os Potiguara de Paraíba

Foto extraída do “Índios Potiguara da Paraíba em Foco” via o blog Copaoba

Os Potiguara são um povo no Nordeste que têm uma história rica desde o nome até as interações com os colonizadores.Começando com o nome, existem várias versões e a grafia pode impactar a tradução. Se soletrar como potiguaras, pitiguaras, e potiguar, a tradução é “comedores de camarão”; se soletrar petinguaras, a tradução é “mascador de fumo.” Mas o povo usa o nome Potiguara. 

No passado os Potiguara falavam a língua potiguara, parte da família Tupi-Guarani, mas hoje falam português. A língua potiguara é extinta. Algumas palavras de potiguara são: 

Potiguara Português
Oka Casa
Pisikha Mandioca mole
Karime Mandioca numa bola para guardar
Arathaya Camarão
Dzijuasu Teiú, lagarto
Nambu Perdiz, ave
Kảtảtảu Cama de tábuas

O povo está localizado na Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, estados no Nordeste. Os Potiguara habitam muitas aldeias nos municípios Baía da Traição, Marcação, e Rio Tinto. Cada aldeia têm um cacique que funciona como um representante que media contato entre a aldeia e os órgãos do governo como a Fundação Nacional de Saúde e Fundação Nacional do Índio.

Os Potiguara têm uma história de guerra que é entrelaçada com o início da colonização no Brasil. Durante os séculos XVI e XVII o povo lutou com os portugueses e as francesas e holandesas para defender suas terras, que incluíam o Rio Grande do Norte e o Ceará, e seu modo de vida. Os Potiguara foram vítimas de subjugação, assassinato e doença (particularmente varíola). Também, os indígenas lutaram dentro do sistema legal. Por exemplo, no dia 13 de dezembro de 2007, depois de lutar com os fazendeiros e usineiros por anos, 7.487 hectares de terra foram demarcados pelos Potiguara de Monte-Mor. 

Nas aldeias, existem estruturas sociais semelhantes. Muitas aldeias estão perto dos rios e isso é útil para uma economia doméstica baseada em frutos do mar; esse fato é uma extensão do seu nome (“comedores de camarão”). A economia também é baseada em extrativismo vegetal de caju e mangaba, e agricultura. Alguns produtos populares são a mandioca, milho e feijão. As aldeias usualmente têm uma igreja católica e um cruzeiro na frente. Há uma mercearia, uma escola básica, e campos de futebol. As residências consistem de uma família conjugal, um casal, e os filhos solteiros. Muitas residências estão perto da casa do casal-chefe. Cada família usa uma porção da terra para agricultura; o casal-chefe pode usar mais terra do que as outras famílias. 

Um aspecto da cultura dos Potiguara e dos outros povos indígenas no Nordeste é o toré. O Toré é um ritual que os Potiguara usam para conectar com sua história e com as aldeias. Toré é realizado no Dia do Índio (19 de abril) que é simbólico do passado compartilhado que os povos têm. O ritual começa com um discurso proferido do cacique e então todo mundo faz uma oração silenciosa. O ritual tem três rodas: na menor roda tem os “tocadores” de zabumba e de gaita; na próxima roda, tem as crianças e os adolescentes fazendo a dança; e finalmente na roda maior, tem os indígenas vestindo roupas rituais ou não, dançando, cantando, e tocando em um movimento circular e no sentido horário. 

Mais: Os Potiguara: Uma Apresentação