Guarani-Mbyá nas mídias sociais

Volta à Introdução

Por Yesenia Villatoro Ramirez

Guarani-Mbyá nas Mídias Sociais

Recursos

  1. @thi_agocarvalho – Instagram
  2. @jukerexu – Instagram
Eu decidi pesquisar as mídias criativas da perspectiva do povo Mbyá-Guarani. As contas de Instagram que eu achei são duas contas com temas diferentes. Uma conta é de Thiago Carvalho (@thi_agocarvalho), um fotojornalista e documentarista, que é ativista dos direitos indígenas. O segundo é uma conta de Juliana Kerexu (@jukerexu), uma mulher indígena, cacique do povo Mbyá-Guarani na aldeia Tekoa Takuaty. As duas contas são relevantes para meu dossiê e também para o entendimento das pessoas do povo.

Algumas das imagens recentes na página de Carvalho mostram membros do povo Mbyá-Guarani e sua contínua luta para preservar suas terras. Ele também fotografa outros povos indígenas, não só os Mbyá-Guarani. A luta específica que Carvalho descreve é aquela que começou em 31 de janeiro, quando uma construtora comprou o terreno em um bairro de Jaraguá para construir um projeto imobiliário que desconsiderava a ocupação dos povos Mbyá-Guarani e os regulamentos do IBAMA. A comunidade indígena chegou a um acordo com a Polícia, e a ocupação Yary Ty se mudou para outro ponto da área sob litígio (Carvalho). Gostei muito da forma em que Carvalho mostra, de alguma forma, movimento em uma imagem. Algumas imagens em preto e branco mostram a “Dança Xondaro” no Centro Ecológico YARY TY, que é um tipo de arte marcial. Eu acredito que é importante preservar esses rituais e esses tipos de ativismo para os povos indígenas e os que estão por vir, mas também porque existem muitas maneiras pelas quais essas reuniões e essas lutas podem alcançar comunidades maiores, sem fronteiras. Existem muitos povos, em todo o Brasil e no mundo fora, que estão lutando da mesma maneira e agora há uma luz sobre essas lutas com o uso dessas poderosas contas de mídia social.

A conta de Juliana Kerexu abrange sua vida pessoal e seu lugar como Mbyá-Guarani. Juliana compartilha suas miçangas, comida, música, rituais e vida cotidiana. Uma das minhas postagens favoritas é de 30 de janeiro de 2020, uma foto de milho e peixe em uma grelha. Sua legenda explica como os povos indígenas não pedem muito além disso – poder comer milho e peixe, ter água limpa e fresca e ter ambientes não poluídos para plantar. Ela compartilha que suas necessidades como povos indígenas são simples. Por mais simples que fosse sua legenda, era tão poderoso mostrar o que os povos indígenas valorizam, e como ela diz que somos “privilegiados” por poder ter as coisas mais simples. Juliana Kerexu, como líder feminina, quebrando barreiras, realmente me inspira. Quando eu estava pesquisando uma perspectiva artística e criativa dos povos Mbyá-Guarani, não esperava encontrar uma artista indígena nem uma mulher cacique. Eu realmente queria encontrar alguns aspectos visuais atuais do povo, e isso foi mais do que eu esperava. Esses textos iluminam a presença dos povos indígenas, e especificamente sobre os Mbyá-Guarani, seu poder e resiliência.